sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

O balão vermelho

Geralmente, os balões simbolizam alegria, contentamento, satisfação, mas deixá-los ir não é fácil para quem os aprecia. As despedidas em qualquer faixa etária nunca são justas mas necessárias.
As opiniões dividem-se. Talvez alguns achem que custa imenso e ponderam sobre aquilo que devem fazer. E, outros acreditam que é tudo passageiro, que as coisas são o que são e o melhor mesmo é não pensar pois “o mundo não se fez para pensarmos nele, mas para olharmos para ele e estarmos de acordo”.
De facto, ver algo a dissipar-se da nossa vida aborrece-nos sempre de uma maneira ou de outra. O desapego, intrinsecamente, traz consigo o seu ritmo lento, que o caracteriza como uma perda angustiante e aflitiva.
Decides pegar num chocolate quente, encostas--te no teu sofá lentamente como quem acompanha o ritmo das emoções. Porém, parece que tu ainda não estás plenamente satisfeito. A tua mente está saturada de pensar e dar voltas e voltas para que encontres respostas às intermináveis perguntas e perguntas para as respostas que te deram e que tu, no entanto, não questionaste.
Sais à rua acompanhado pelo teu balão vermelho. Já não te faz qualquer companhia. Está longínquo, ainda que tu estejas forçosamente a agarrar o seu fio já enfraquecido de tanto uso.
Há muito tempo, que os teus pensamentos te deixavam atormentado com esta ‘sentença’. Finalmente decidiste tomá-la. Deixaste-o ir. Olha, todos nós precisamos da nossa liberdade para viajar para outros rumos, é indispensável a qualquer um. Todos, sem exeção.
Sabes quando olhas para um lugar e te despedes com os olhos pois tens a certeza que não vai haver oportunidade de voltares ou já não há essa necessidade? Foi o que eu vi. Fitaste-o durante alguns segundos, mas o mais sensato foi voltares a caminhar e dirigires-te para casa. Na realidade, o que não quer ser esquecido, jamais se ausenta.

Adriana, 12º C

Sem comentários:

Enviar um comentário